domingo, 1 de abril de 2018

você vive na cegueira 
do grande império dos escravos, 
por isso pensa assim
brasília ás escuras
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na isolada brasília,
resmungam os grilos,
os cães de nicolas behr,
os cus dos senhores
deputados senadores,
o mundo envenenado
desses vadios
que envergonham
as dores do parto
de suas mães,
manchando a história
com a paraguaiada
gestada na fedentina
de suas mentes menores,
de seus corações mortos

brasília ás escuras
soterrada por vermes
que você por cegueira
colocou no poder,
na cadeira do pobre diabo,
nas lanças
que enfiam em teu rabo

( edu planchêz )
CONSTRUTORES DE CABEÇAS
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A natureza se vinga, gesta o vento de cem mil pés,
arrasta duas mil cidades por segundo
A onda gigante come as pernas e os braços dos continentes
E aquele que apodrece o céu, o mar e a terra
clama inocência

Caixões feitos de dinheiro
cobrem os vastos campos
Minhas lágrimas não irão secar
junto com as nascentes

Tempo de desespero de planetas e homens,
o tiro saiu pela culatra,
nada tem detido a avalanche,
nem deuses, nem internautas

Sou poeta, homem de fé inquebrável,
cavalheiro de infinita esperança
Como Bob Dylan e outros construtores de cabeças
ergo taças de sangue
atirando dardos de coragem
aos que estão perdendo a batalha

O poeta príncipe de metal
acorrenta os cães
dos dentes de estricnina a sua cintura,
arranca do pâncreas das águas o tumor

Ele, o Rei de marfim, sustenta congressos de sóis
nos corredores do intenso
e espalha especiarias orgânicas
dizendo aos seus irmãos que façam o mesmo

Orquídeas imensuráveis precipitam-se
dos furos das pedras e das cavidades vermelhas
alargando pétalas sobre os corpos
das estrelas que esqueceram que são estrelas

(Edu Planchêz)
Decretamos aqui a morte de um tempo
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É dessa puta que pariu, desse caralho coletivo,
que nasce o foda-se maioral, 
o caranguejo com cérebro,
o cabeça de dinossauro, a pança de mamute, 
o que arrebenta as caras que querem nos anular;
essa é a real, a nova linguagem,
o nova grande arte por nós gerada,
enfrenta uma oposição maior que o planeta,
maior que o sistema solar.

Existe uma bando que se acha 
dono de todos os espaços,
na oposição do nosso movimento, 
do movimento da vida.

Extremos idiotas, se postam feito múmias
que não querem se decompor
em nosso caminho arrombante,
mas nada deterá a nova estrondosa criatividade,
nada nos esconderá, pq somos enviados das estrelas,
somos discípulos dos grandes mestres, somos extremos estudiosos, 
pesquisadores realizadores de grande valor.

Não há força castradora capaz de nos segurar.
O novo céu vem de nós, inventores sem amarras,
nossas flechas incendiárias estão há tempos sendo atiradas,
todas essas velhas casas tornar-se-ão cinzas.
Somos mesmo Lagartos Primitivos
com uma joia dentro da testa.
Decretamos aqui a morte de um tempo.

( Edu Planchêz )


eu tenho alma, você tem? 
a brutalidade é feita 
para os fracos, pessoas fortes debatem, 
somam, são humildes

Tom, saiu do tom faz tempo,
Jobim trepou na torre do piano 
e de lá não mais desceu,
e na linha de baixo, 
desdigo tudo que acima afirmei,
porque sou mesmo um arranhador de vocábulos,
um transtorto partido ao meio 
sobre as baixelas brilhosas
das cabanas feitas com as páginas dos livros
que o fogo do deserto cunhou

( edu planchêz )
o que é errado e o que é certo
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não a guerra, as guerras,
observemos o que acontece com a síria,
nada bom mergulhamos o país na lama bestial, 
falou-se que nos tornaríamos uma nova venezuela,
mas pelo que vejo, beiramos o obscurantismo,
estamos sepultando o respeito, os valores individuais,
o pensar diferente, deve ser matéria de diálogo,
de estudo, de observar se seu ponto de vista é correto,
mas mesmo se for, há de se ter a dignidade de compreender
o que ainda não compreendeu, a história, as calunias,
o que é falso, o que é verdadeiro, o alto conhecimento,
diria Confucio "há de se ver o grande homem",
completo, o grande homem
faz o que está em comunhão 
com a harmonia do universo,
respeita seu corpo, o corpo do outro, a sua vida,
a vida do outro, o meio ambiente, 
o que deve ou não comer,
em outras palavras, 
há o que é errado e o que é certo

( edu planchêz )
um poço 
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a primeira, a segunda...a oitava...
regra do clube da luta: 
nunca falar do clube,
nunca romper o sono que separa uma palavra da outra,
nunca descer mais que cem metros abaixo
por dentro do que nunca penso,
do que nunca penso,
sei tudo e quase nada,
e penso,
e pensar é cavar nas barras
das canções que gesto
um poço


( edu planchêz )

somos os sonhadores 
dos sonhadores, dançamos 
em meio aos relâmpagos, 
aprendemos que é assim, 
resistência absoluta, coração



voltando para fundição, 
para a ferramentaria, 
para a casa das máquinas, para o curtume,
para o fumacê  


( edu planchêz )
aves poedeiras ( edu planchêz )
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voltando as estrelas, 
aos mascarados, 
aos que rolam 
por sompauleira nus

estrelas são aves poedeiras,
mães aéreas, 
irmãs aerodinâmicas das explosões

la big ursa major 
e os seus ovos 
que são estrelas de variadas magnitudes

( edu planchêz )
dentro da piracema 
que éden prata inventa ( edu planchêz )
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meu caminho igual e diferente
do que caetano veloso e el conde de lautréamont
andaram fazendo pelos rincões 
pulsa cá em minhas remadoras mãos,
nos pés da ancora
trazida pelos meus sonhos de vida inteira,
e a vida inteira, se estende por muito corpos,
por muitas vontades,
e eu ainda não morri para esse tempo,
para essa correnteza,
tento ver, pesar os cromáticos calos
do que fiz e ainda hei de fazer
no campo da música,
da poesia extraordinária

falando da poesia extraordinária,
dos tonéis da vermelha cera
da emblemática raiz achada nos crânios do penhasco
( penhascos vistos, observados pelas indígenas vozes
que me seguram por dentro da piracema 
que éden prata inventa

e os anos de passam, 
e as fronteiras jazem carcomidas,
arrebentadas, 
ultrajadas pelo o furor de nossos umbigos

e o fogo que vai e vem
sucumbe nas ramagens para se alevantar
junto aos remos, 
perto do que cala, do que pisca

você vive na cegueira  do grande império dos escravos,  por isso pensa assim