casa de vento
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estou morando numa cabeça abobora,
no útero dos legumes,
nas folhagens crescidas nas claviculas dos muros
e eu não passo de rubi girando,
de labareda queimando as ondas,
me sinto muito estranho, nada estranho
diferente e de tudo e de todos, nada diferente,
bicho e homem de todos os lugares,
agarrado a minha musica, ao meu rock,
as pessoas que me admiravam
de labareda queimando as ondas,
me sinto muito estranho, nada estranho
diferente e de tudo e de todos, nada diferente,
bicho e homem de todos os lugares,
agarrado a minha musica, ao meu rock,
as pessoas que me admiravam
entrei num buraco, buraco eu mesmo,
e nele rodo cuspindo com os olhos de rendadas
e nele rodo cuspindo com os olhos de rendadas
estrelas de gelo,
rendados holofotes que se movem
rendados holofotes que se movem
para o lado das águas,
das águas emergidas de minhas mãos
que são chamadas de lindas, mãos de mago,
mãos fazedoras de coisas primorosas,
de comidas finas...
das águas emergidas de minhas mãos
que são chamadas de lindas, mãos de mago,
mãos fazedoras de coisas primorosas,
de comidas finas...
allen ginsberg no gosto
da bebida vermelha que ora bebo...
aguardo os palmeirais serem curvados pelo vento,
pelo vento do inesperado segredo,
mistério salgado que nunca escapa
aguardo os palmeirais serem curvados pelo vento,
pelo vento do inesperado segredo,
mistério salgado que nunca escapa
de nossa casa de vento
( edu planchêz )